quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Te amo demais

E quero compartilhar minha vida toda com você. Tenho muita certeza disso faz um tempo já.

Frequentemente não te escuto, é verdade. Muitas vezes você já tinha me dito que não quer sinceridade plena, que você não queria saber tudo nem contar tudo, que é importante manter a individualidade. E apesar de a princípio eu querer escrever que nunca te escutei de verdade quando você dizia essas coisas, que só agora percebi isso, a verdade é que sempre concordei com isso. Ser assim é saudável e saber tudo de tudo talvez seria tóxico, típico de um relacionamento possessivo, obsessivo, dependente e deprimente. E sempre mantive minhas defesas, meus segredos, minhas histórias, minha vida.

Só que a vida, com seus ciclos infinitos, me colocou diante de uma escolha; Mantinha esse padrão de comportamento ou colocava todas as cartas na mesa, até as que estavam escondidas debaixo da manga com muita habilidade. Não pera, não é uma escolha tão simples como apresentei aqui. Manter minhas cartas escondidas também é/pode ser tóxico. E qual é o equilíbrio, sabe? Não sei, não sei de verdade, queria saber. O quanto mostrar? Até qual ponto abrir as histórias, os sentimentos? Até que ponto devemos ficar nus? Enfim, acho que escolhi me abrir e esse movimento extremamente doloroso para mim e pra você talvez tenha me levado a mudar a minha percepção do que é um relacionamento completo, do que é ser um casal. Ou não. Talvez eu ache  que a gente tem que se doar completamente e ao mesmo tempo ache também que é importante manter as defesas, talvez essas coisas se complementem ou talvez eu seja simplesmente uma pessoa contraditória. Talvez ache até que você tem que se doar completamente enquanto eu mesmo não esteja tão disposto assim como eu tento me convencer e te convencer.

Talvez eu tenha criado um descompasso entre nós que só existe na minha cabeça, talvez estamos de fato descompassados, por causa das experiências que vivemos um sem o outro, de qualquer forma somos indivíduos. Fiquei me perguntando: Nossa, mas será que quero um relacionamento sem sinceridade plena? E agora fico me perguntando: Nossa, será que existe um relacionamento com sinceridade plena? Será que estou sendo tão sincero assim quanto estou cobrando dela? Será que sempre vou ser capaz de me manter tão sincero assim? Acho que as respostas são não. E peço desculpas por me fechar pra refletir sobre isso, pra trabalhar essas inseguranças, mas precisava desse breve momento. Faça o que for bom pra você, mas sempre volta pra mim, pra gente, pra nossa história.

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