terça-feira, 29 de março de 2016

Passarinhos togados

Volto. Sentindo dor pelos erros que cometi, pelas coisas que fiz e deixei de fazer.

 Queria não ser assim. Não me arrepender de nada, passar a vida como um passarinho.

Nossa, como eu queria ser um passarinho. Dar uns rajantes milimétricos, subir 100m em 1 minuto, ver a vida do alto.

Mas não, vou ser um advogado. É engraçado, como essas coisas estão distantes uma da outra. Poucas coisas estão mais presas ao chão do que a advocacia, o direito, a lei. Sem espaço pra passarinhos.

5 anos se passando e eu justificando a escolha dos 19. Poderia dizer de novo que sou muito grato pela faculdade, minha casa mais do que minha casa da onde escrevo agora. Poderia dizer como esses conhecimentos todos são muito importantes na minha vida pra além de profissão, trabalho.

Já está dito, é certo. E a verdade, que tem muitas faces, é tambem que eu ainda quero ser um passarinho. Ainda quero voar pro alto, pra longe, pra além de qualquer definição.

Sou uma contradição, um esboço de luz e sombra.

As pessoas querem escolhas estáveis e cintraditoriamente desafiadoras. Eu sou isso: céu e terra. Mas também sou mar. O que não sou? O que não contenho?