segunda-feira, 26 de maio de 2014

A -minha- Copa do Mundo de Futebol no Brasil

Quero que se deem soluções reais à expulsão dos pobres que a especulação imobiliária nos entornos dos estádios trouxe, à precarização do trabalho cujo reflexo direto são perdas de vidas de operários. Luto contra uma entidade que aufere lucros monstruosos à custa de trabalho voluntário, de uma norma que modificam a estrutura do ordenamento jurídico brasileiro a ponto de ser proposta uma ação de inconstitucionalidade contra ela. Direcionam-se recursos públicos para interesses privados. Só pra contextualizar, as grandes doadores de fundos para campanhas políticas são construtoras que agora recebem sua contraprestação. Quem ganha com o evento? De verdade, quantos?! Em síntese, a Copa é injusta, é direcionada a determinadas classes sociais e excluí a maioria pobre como sempre se fez nesse país.

Posto isto, revelo um fato pessoal. Vou à Copa, exatamente essa descrita acima. Conheço os nomes de boa parte dos jogadores que dela participarão. Sou apaixonado pelo futebol e tenho que reconhecer que ele tornou-se subsidiário. Talvez sempre tenha sido, só a minha percepção que tenha se acurado. Não vou deixar de ir, ainda é um sonho, mas este está sem dúvida maculado pelo conhecimento, pela visão do contexto. Um contexto que chama às ruas, à luta por justiça social que nesse evento escancaradamente é negada, menos que no passado, mas ainda a ponto de afetar a vida de pessoas. Independente de quantas. São vidas, são pessoas cujos direitos são negados. Eu sustento essa negativa e a nego veementemente. Pode me chamar de contraditório, que escolhi o caminho mais fácil, que pra mim, na minha posição social é muito cômodo fechar os olhos quando o jogo começa. Eu reconheço e carrego esse peso de forma consciente.

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